sexta-feira, 6 de abril de 2007

6 de abril de 2007

Como de fato hoje não passou de um dia improdutivo, se não o mais improdutivo desde o início do ano, exponho aqui um apanhado geral do que tem acontecido com o violino desde o ingresso na faculdade em Março.

Tive somente 3 aulas de violino desde que mudei de professor ao ingressar na faculdade.

Saudades de Alexandr, isso eu já esperava, mas não tem nada a ver com aula de violino ou outras coisas (sinto-me muito bem com Alexandre assim como também me sentia com Alexandr). Saudades do professor Alexandr e da pessoa Alexandr, além de um grande professor eu sempre o considerei mais do que isso, um amigo, que me ajudava sem nenhum interesse, e isso ficou muito claro na mudança de professor, super pacífica e amistosa.

Bem, as primeiras aulas com Casado, e não creio que possa unir estas três aulas em uma única categoria como se uma completasse a outra, pois o que foi feito em cada uma foi realmente grandioso, ao menos para mim.

Na primeira aula, o drama foi mais forte, ficou super claro que meu som realmente não é nada perto do que um estudante de graduação que passa no vestibular deveria ter. O que não era muito surpresa, mas sempre espanta quando ouvimos comentários do tipo de alguém que tem toda a liberdade e o dever de expôr-los.

Bem, o resto eu meio que esperava. Abaixar a espaleira, apoiar o violino no peito e não no ombro, fechar um pouco o violino.
E Alexandre faz tudo ficar um pouco mais fácil e menos doloroso (se bem que de dor, não posso muito reclamar, se tem algo que Alexandr me fez bem foi me dar resistência para agüentar todo tipo de crítica), e os comentários quase jocosos, mas cheios de realidade de Alexandr, acabam por impressinar-me mais que o normal, acho que é a minha mania de sempre lembrar de coisas engraçadas. E acaba tendo um efeito interessante frases como: "Você ainda não percebeu que tocar o violino nas tuas costas é mais difícil do que o normal?"

E nisso Alexandre se equipara muito bem com Alexandr.
A questão é que sinto que um trabalho completa o outro muito bem, apesar de muitas vezes parecerem completamente diferentes... Mas sinto-me mais completo ao poder ir trabalhando com Alexandre agora. Só não queria estar fazendo este trabalho sem a base que Alexandr me deu. Não sei se o inverso seria válido, mas tenho certeza que me sentiria de certo modo perdido passando somente por uma destas mãos, seja ela qual for.

Na primeira semana, ao descobrir que não tenho nenhum vibrato (e não um protótipo de vibrato como imaginava), isso doeu um pouco. Mas algo que realmente estava acabando comigo era o simples fato de não conseguir apoiar o violino no local que Alexandre queria, fiz os exercícios, mas quase chorava por não conseguir segurar o violino no lugar, e um dia fui atrás dele para perguntar o que tava errado, mas antes tinha um ensaio da orquestra e logo após o ensaio fui falar com ele. E aí quando falei com ele e mostrei a postura ele falou: Tá legal.

E eu percebi que realmente a coisa tinha ficado mais natural no ensaio.
As vezes só acostuma mesmo forçando a barra.

Depois foi a leve mudança de onde o dedão faz contato no arco. O que foi a coisa mais fácil do mundo, no ensaio, no dia seguinte, de manhã na orquestra, eu peguei o arco naturalmente sem pensar, e achei estranho o que senti no dedão, não era o comum de sempre. E pronto, isso foi estranho, eu peguei no lugar que devia pegar sem saber e me assustei. Isso foi realmente estranho, difícil de entender.

Bem, agora estou lutando com articulação da mão esquerda, o terceiro dedo tem dado trabalho, mas acho que já tive muito progresso desde segunda, a última aula que tive.
Nessa aula eu ouvi coisas importantíssimas.

A primeira fala muito sobre a minha personalidade.
Alexandre falou: "Bicho, você é muito intelectual, o que é bom, mas é preciso forçar um pouco a barra, trabalhar o físico. Você fica esperando uma luz e pronto, tudo funciona. Mas tem coisas que vai precisar é de treinamento... Forçar mesmo. Não deixe de ser intelectual, mas tente ser um pouco mais físico e bater um pouco a cabeça mesmo, porque vão ter coisas que somente saber o que deve fazer não serão o suficiente".

Tudo que eu já deveria saber... O que foi bom para mim, não sabia que de fato eu tinha conseguido racionalizar meu estudo, mas realmente, se tornou um estudo muito rápido, tenho sido objetivo, faço tudo que devo fazer, concentrado... Mas preciso acostumar o físico com certos movimentos e torná-los naturais, e isso só fazendo mesmo.


Violino também é mecânica, e muito mecânica.
De fato eu fui para o lado extremo que meu caríssimo ex-professor (apesar de que pra mim, ex-professor não existe, e sim professores eternamente, pois o conhecimento que me foi passado perpetua por toda a minha vida), me apresentou.

Eu era muito cabeça dura, e Alexandr me falou um dia: "Violino é ciência, você não ser como pedreiro que seu trabalho é passar arco para baixo e para cima. Precisa pensar você. Violino non ser trabalho braçal, sim intelectual trabalho".

De fato, isso me abriu a mente e me ajudou muito. Mas preciso lembrar que o pouco de trabalho braçal que existe no violino (apesar de ainda ser muito, MUITO mesmo) deve ser feito com precisão e concentração, e por períodos de tempo suficiente (parte que falho excessivamente).

Mas sim, o vibrato está em produção, a articulação dos dedos com independência entre dedo e mão também. Alinhar o arco ao cavalete, também estou tentando melhorar. Mas não posso perder tempo, semana que vem fecho o primeiro mês de aula. E o tempo tem corrido, e me angustiado.
Preciso estudar mais.

Nos outros dias este será um diário de estudo normal, o que isso deve significar que será algo dramático, devido a todos os dias de noite eu achar que muito mais poderia ser feito o que é totalmente verdade.

Até lá terei que ouvir muita piadinha de que sou o pior violinista do mundo devido aos estudos de arco que dão aquele som insuportável enquanto estão sendo feitos.

Um comentário:

Anônimo disse...

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